Um
dia desses, conversando com alguns conhecidos, um deles disse: “evangélicos,
somos todos nós! Pois a maioria das religiões segue os ensinamentos transmitidos
nos Evangelhos”. E, na verdade, é realmente assim. A diferença está apenas na
interpretação e na vivência de cada uma delas. Nós somos seres criados à imagem
e semelhança de Deus, e não nos damos conta de que “à sua imagem e semelhança”
fomos criados com inúmeras diferenças entre nós. Alguns de nós são brancos,
outros são negros, outra parte tem a cor da pele amarela, outros vermelha, cada
um nasce em uma região, com hábitos, costumes e até mesmo condições naturais diferentes
entre si. Em alguns lugares o clima é quente, a vegetação é tropical e as
pessoas têm por hábito andar vestidas com poucas roupas, com o corpo mais à
mostra. Em outros locais o clima é mais frio e as pessoas tendem a ser mais
fechadas, andar mais vestidas, com o corpo todo encoberto para melhor se
aquecerem. Em alguns países as mulheres não podem mostrar seus rostos e
utilizam véus e outros acessórios para os encobrir, não podem trabalhar, os
casamentos são arranjados.
Como
seres humanos, dotados de inteligência, de raciocínio, podemos e devemos fazer
uma analogia para melhor compreender que as diferenças foram estabelecidas por
Deus desde a nossa criação. Pois Deus está em tudo e em todos. As raças são diferentes,
as etnias são diferentes, os países, as regiões, os climas, as vegetações, os
animais, são todos diferentes. E se tudo e todos somos criados por Deus,
devemos compreender que a própria diferença faz parte de toda a criação divina.
Se Deus criou tantas coisas e pessoas diferentes, quem somos nós para querer
impor as nossas opiniões, as nossas idéias e religiões uns aos outros. Deus nos
criou à sua imagem e semelhança, Deus nos criou com inúmeras diferenças entre
nós, então, podemos entender que Deus não exige de nós a obrigatoriedade de
sermos exatamente iguais, não exige que tenhamos pensamentos, sentimentos, atos
e atitudes exatamente iguais. Deus não impôs a religião no mundo mas, sim, permitiu que a religiosidade surgisse no
íntimo de cada um de nós e se manifestasse de acordo com os nossos pensamentos
e sentimentos mais íntimos. Porque todos nós amamos nossos pais, nossas mães,
nossas esposas, maridos, filhos, familiares e amigos, mas cada um de nós ama a
seu modo e demonstra esse amor à sua maneira. Da mesma forma, cada um de nós
ama a Deus do seu modo e demonstra esse amor à sua maneira. Quem somos nós, tão
diferentes uns dos outros, para querer que todas as pessoas amem a Deus e
manifestem esse amor da mesma forma que nós pensamos que deve ser?
As
pessoas são livres, os seres são livres, nossos sentimentos e nossa
religiosidade apenas a cada um de nós pertence. Se a minha fé se manifesta dentro
de uma igreja católica, dentro de um centro kardecista, de um terreiro de
Umbanda ou de um templo budista, apenas a mim e a Deus importa. Nós temos a
liberdade de manifestar o nosso amor por Deus da forma que nos seja mais forte
e mais sincera à Deus. E somente Ele pode julgar se O estamos amando com a
sinceridade e a intensidade necessárias. Você ama a sua família de forma
adequada? Você manifesta esse amor com a intensidade necessária? Não, você não
pode responder a essas perguntas porque você não sabe a resposta. Você pode
pensar que sim mas, na verdade, só quem vai saber é quem está recebendo esse
seu amor. Só nesse pequeno exercício, nós já vamos encontrar inúmeras
diferenças porque cada um acha que ama e manifesta seu amor da melhor maneira
mas nem sempre aquele que recebe esse amor está plenamente satisfeito com a sua
forma de manifestação.
Somos
diferentes, graças a Deus, graças a Sua Criação. Então, devemos RESPEITAR as
nossas diferenças, as inúmeras formas e meios de manifestarmos o nosso amor a
Deus e a nossa religiosidade.
A
igreja é Católica Apostólica Romana, mas Jesus não era Judeu!?
Qual
é o problema nisso? Eu, não vejo nenhum. Mas há quem veja problemas na religião
dos outros, há quem julga a religião e a religiosidade dos outros. E o pior,
julgam em nome de Deus. E Ele deu essa permissão? Ele passou essa procuração
aos homens para julgar os seus próprios irmãos? Não. Deus não deu procuração a
nenhum ser humano para realizar a Justiça Divina em Seu nome. Deus está no
Alto, acima de todos nós. Vistos lá do Alto, por Deus, somos todos iguais.
Somos todos seres humanos querendo impor nossos pensamentos e nossas vontades
uns aos outros o tempo todo. Vamos fazer uma reflexão sobre isso, vamos nos
observar no dia a dia e identificar todos os momentos, todos os instantes, em
que nos vemos forçando nossas idéias e opiniões às outras pessoas. E, pode ter
certeza, que você vai se ver agindo dessa forma em sua casa com a sua família,
no seu trabalho com os seus colegas, no seu círculo de amizades, na sua
comunidade, no seu condomínio com seus vizinhos e, claro, na sua igreja, centro
ou templo espiritual.
Há
um ditado tão antigo quanto as próprias escrituras, tão antigo quanto os
próprios ensinamentos de Jesus Cristo, que diz que todos os caminhos levam ao
Pai (a Deus). Sim, todos os caminhos levam a Deus, sejam eles certos ou errados
aos nossos olhos humanos, aos nossos julgamentos. Jesus disse: “aquele que não
tiver pecados que atire a primeira pedra”, ou seja, ele nos lembrou que todos
nós temos pecados, que todos nós temos defeitos, que estamos aqui para aprender
e para evoluir, mas insistimos em atirar pedras uns nos outros porque somos
intolerantes às nossas diferenças.
A
igreja católica interpreta as escrituras à sua maneira, os evangélicos têm seus
pontos de vista e as suas verdades, assim como o espiritismo também tem a sua
própria interpretação da Bíblia, e o mesmo acontece com inúmeras outras
religiões em várias partes do mundo. Jesus era Judeu e, na época, foi
extremamente criticado por trazer novas idéias e novas interpretações para as
escrituras que sua antiga religião pregava. Por pensar DIFERENTE, por sentir
DIFERENTE, por dizer que SE COMUNICAVA COM DEUS, foi torturado e crucificado.
Jesus foi assassinado na Cruz por pregar a sua FÉ de forma DIFERENTE dos
sacerdotes da época. E hoje, mais de 2 mil anos depois, mesmo lendo e relendo a
sua estória e os seus ensinamentos, não temos a capacidade de entender que
devemos RESPEITAR AS DIFERENÇAS, aqueles que PENSAM, SENTEM E VIVEM DE MODO DIFERENTE
DE NÓS. Considero que, principalmente, aqueles religiosos que lêem e relêem a Bíblia
e as Sagradas Escrituras constantemente devem refletir sobre isto. Devem pensar
muito bem e analisar as suas posturas diante daqueles que têm uma visão
diferente das suas e que são constantemente criticados por isso. Jesus por ser
DIFERENTE morreu na Cruz. Hoje sabemos que Jesus era o filho de Deus, o filho
criado à Sua imagem e semelhança, que pensava e agia DIFERENTE dos demais e que
fora enviado por Deus, para através de sua DIFERENÇA dos sacerdotes da época nos
ensinar a amar ao PAI e nos salvar.
Errar
é humano, persistir no erro é IGNORÂNCIA!
SENZALA DE UMBANDA
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